Volume de processos eleva implantação de estratégias e adoção de precauções a prioridades nas empresas
O crescente impacto do contencioso de massa no dia a dia das empresas, clientes, fornecedores e, finalmente, no próprio sistema jurídico tornou imprescindível à mudança de postura dos departamentos jurídicos e demais administradores das empresas. Empresas que ignoram o tema veem crescer o aumento do número de pleitos, gerando custos, além de ser tornar um peso para a sociedade, dado a limitada capacidade de absorção do judiciário em absorver o crescente volume de demandas.
“No caso de empresas sob risco de enfrentar um contencioso de massa, ou que já está nesse processo, adotar uma postura proativa, que busca mapear as causas de potenciais problemas antes que evoluam para ações na Justiça, mapeamento das questões que geram mais ações, busca de melhores provas de defesa, além do investimento em acordos e mediações, e comunicação com a gestão das empresas se tornou uma necessidade”, explica José Nilton de Alcântara, diretor da Intelijur.
“Acredito que um sistema que aprimora a melhor relação entre empresa, consumidor e fornecedor resulte da criação de ferramentas e correção das práticas internas das empresas, que minimize o impacto do contencioso de grande volume”, argumenta Sandra Gebara, diretora Jurídica, Compliance e Relações Institucionais do Grupo Lala Brasil – Vigor, eleita quatro anos consecutivos como uma das diretoras jurídicas mais influentes do país e que falará no painel “Novas Tendências para o Contencioso de Massa: Estratégias Preventivas e Mediação”. “Ferramentas estratégicas, como a medição, por exemplo, geram melhoria de imagem da empresa, satisfação de clientes e fornecedores e uma sociedade mais madura na busca de soluções para os conflitos.” Uma rotina de comunicação que aproxime departamentos jurídicos da gestão das empresas, propiciando uma interação entre o que de melhor os setores podem oferecer também essencial para evitar a progressão do contencioso de volume.
“Se há um considerável número [de ações] sobre o mesmo tema, deve-se investigar a respectiva causa e verificar se existe oportunidade de aprimoramento na gestão de negócios”, aponta David Joseph, Senior Legal Counsel da Unilever. “O departamento jurídico pode auxiliar a área de negócios, seja preventivamente por meio de consultas, seja ativamente com recomendações provenientes de litígios judiciais, o que evita tomadas de decisões que podem resultar em mais riscos para as atividades empresariais.”